Você sabe o que a gerontologia estuda?

Você sabe o que a gerontologia estuda?

É óbvio dizer que sempre tivemos a presença de velhos (idosos) na sociedade, como na Roma antiga, em seu apogeu administrada pelo conselho de anciões – o Senado – derivado de senex, velho. O que vemos em nossa época, no entanto, é um aumento tanto de quantidade, quanto de possibilidades de ser idoso(a). Essa mudança ocorreu ao longo dos séculos 19 e 20 por vários fatores. Me apoiando na literatura derontológica, vou me reportar brevemente a três dessas mudanças, que contribuíram para entendermos a velhice como a vemos hoje.

Saberes Médicos

A literatura se refere inicialmente à denominada “criação dos saberes médicos” como um dos primeiros marcadores desse campo. Os médicos, até o início do século XIX, não viam os velhos como uma categoria separada de pacientes. Significa dizer que até então, a análise dos sintomas e os procedimentos indicados não se distinguiam dos feitos com adultos. A troca desse olhar foi fundamental para melhor entendê-los. Certamente que o desenvolvimento da ciência muito colaborou. Quando pensamos hoje na atuação dos médicos geriatras, podemos supor que sempre foi assim, o que não é verdade.

Aposentadorias

Um segundo marcador nesse processo de constituição do campo, foi a constituição das “aposentadorias”. Em meados do século 19, funda-se o estatuto do direito à aposentadoria, motivo de novos posicionamentos subjetivos até então impensáveis na história da velhice”. Temos agora na sociedade pela primeira vez, alguém que não precisa trabalhar para sobreviver, com exceção dos abastados. Alguém com mais tempo livre para lazer, e, a partir de suas escolhas, colaborar com um a construção de uma nova velhice. Obvio que, depois de ter trabalhado e contribuído muito. Um novo velho.

Instituição dos Asilos

Concluindo o raciocínio das denominadas “tecnologias de diferenciação” temos a criação dos “asilos de velhos” – “fenômeno de separação da velhice em relação à mendicância. A história nos mostra que a preocupação com o recolhimento de doentes é algo muito antigo, desde Roma, passando pela Idade Média, mas pela primeira vez surge um local próprio para os velhos, e separados da sociedade. A partir de então, existe um “lugar” para os velhos, certamente não o melhor, mas talvez em alguns casos o possível. Destino para aqueles que, por vários motivos, não vivem seus últimos dias com a família em casa. Estima-se hoje uma população aproximada de 100 mil brasileiros asilados.

Gerontologia

Essa tríade: discurso sobre a senescência (através da constituição dos saberes médicos), criação das aposentadorias e a instituição de asilos de velhos – construíram um conjunto de modificações gradativas, no final do século XIX e início do século XX, para os primeiros esboços do que viria a se tornar o campo da gerontologia.

A partir da interação desses três elementos, e outros certamente, produziram-se lentamente as modificações sociais que geraram a atual condição da velhice, que a gerontologia tem estudado.

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